segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

De repente 30!

Quando fiz 29 anos, no início do ano passado, em fevereiro, entrei em crise. Até escrevi sobre isso. O título do texto, que publiquei em um blog que nem existe mais, era "Quase 30 e agora?". Naquele momento, eu estava disposta a mudar a minha vida porque iria me tornar uma balzaquiana e, também, porque havia descoberto que não tinha feito a metade das coisas que havia sonhado. Tinha me dado conta que estava na face dessa terra há quase três décadas e não tinha nem um carro, uma moto, nem mesmo uma magrela, nada, nadinha...E o pior: dali a pouco mais de 200 dias nunca mais eu iria dizer que ainda estava na casa dos 20.
Nesse momento de mudanças, escrevi para desabafar. E desabafei e falei tudo o que me afligia. Falei sobre as minhas escolhas 99% erradas, falei da tendência que temos em nos sabotar (e eu não fui diferente), questionei-me acerca da minha profissão, que até aquele momento não havia me dado nada de material e lógico, falei sobre as mudanças que a força da gravidade exerce sobre o nosso corpo. Na verdade, eu acabara de ler que a única coisa que sobe quando os anos vão avançando é a gengiva, porque o resto - tudo, tudinho - cai. Não era para entrar em crise?
As opiniões foram as mais inusitadas possíveis. Umas se identificaram, outras não. Uma opinião - no mínimo curiosa - disse que eu precisava encontrar Jesus. Céus... Bom, agora eu tenho mesmo três décadas de vida. E me dei conta de que preciso correr contra o tempo. Já tenho um filho, portanto, preciso só plantar uma árvore e escrever um livro. Com esse espaço novo, quem sabe com o tempo essas memórias cheguem a virar uma publicação, um best-seller.
E olha que vou ter muita coisa para compartilhar. Uma vou contar agora: antes mesmo de fazer trinta anos de fato, semana passada, me peguei na frente do espelho do banheiro arrancando os cabelos brancos (argh!) com a pinça. E parecia que quanto mais eu arrancava, mas apareciam. Brotavam mesmo! Arranquei tantos que cansei e fui até a farmácia em frente ao meu prédio comprar uma tinta. Essa é uma das vantagens de se ter 30 anos - umas das poucas que descobri até agora - nos tornamos mais práticas. Como já não se tem tempo para ficar chorando na cama quente, vamos à luta e resolvemos.

2 comentários:

Jussara Soares disse...

De repente 30, mas sempre linda, poderosa, inteligente, quer mais o quê, mulher?
Te adoro. Vida longa ao blog.
Beijo!

Helton Fraga disse...

E eu estou com quase 40... mas sabe que estou gostando... me acho bem melhor agora.